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Prevenção

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A atual rotina de conformidade dos hospitais

É notório que o Brasil vem passando por um processo doloroso, mas de expressiva relevância, de adequação ética em todas as relações humanas, sejam elas de cunho empresarial e politico ou tanto nas organizações privadas quanto nas organizações públicas.

Na área da saúde não será diferente, tendo em vista a mudança dos meios de acesso a informação e a relação entre médico x paciente que se verticalizou há alguns anos com aplicação do Código de Defesa do Consumidor nas ações judicializadas.

Os gestores hospitalares devem assumir uma atitude de adoção de valores aos princípios éticos refletidos nas diretrizes estratégicas e nas politicas internas dos hospitais, adotando mecanismos capazes de antever e prevenir as condutas que não condizem com as boas práticas éticas e morais.

A nosso ver uma bela iniciativa seria a implementação e criação do código de conduta ética alinhados aos controles internos, e se no hospital já houver, o alinhamento de planos, projetos de gestão de pessoas e gestão do código de conduta ética todos refletidos as boas práticas de Compliance.

Por esse passo, o foco nas rotinas diárias deve observar uma visão de conscientização, orientação e capacitação de todos os colaboradores, ou seja, a cultura tem que ser implementada de cima para baixo. Logo, as politicas devem ter um caráter preventivo e não punitivo.

A diretoria e os cargos de chefia representam a mais forte influência dentro da organização hospitalar, representado pela cultura organizacional. Assim, é ela que deverá estimular os demais colaboradores, produzindo um efeito cascata – “tone at the top”.

Realizando uma autoavalização minuciosa, por parte dos gestores, será fundamental para conduzir a mudança de hábitos e absorção do Código de Conduta dentro das organizações, por meio de atividades de treinamento e implementação da cultura ética diária. Compromisso e ações que se coadunam com o discurso dos gestores é de suma importância para dar credibilidade ao programa de politicas preventivas.

Nesse processo é fundamental a comunicação formal por parte do mais alto cargo dentro da organização endossando o comprometimento efetivo em fomentar condutas transparentes e éticas. A comunicação contumaz diária, clara e consistente, para todos os setores e níveis, é essencial para garantir a conformidade, e a efetivação do código de conduta institucional, refletido como prioridade na cultura dos nosocômios alinhada com as boas práticas de compliance, resultando na positivação comportamental da organização.

Outro ponto importante a ser ressaltado é que os gestores devem se ater a mapear e monitorar as áreas de risco mitigando, com isso, futuros eventos que possam macular o nome da organização, bem como incorrer em qualquer inconformidade ou fato adverso, evitando a judicialização nas esferas administrativas, cíveis ou até mesmo criminais.

Dentro da Instituição os colaboradores têm que ter ouvidos, para a cultura ser aprimorada e a prevenção do programa chegar ao seu objetivo dentro da gestão, exemplo disso é o canal de denúncias anônimas dentro da corporação. Logo, o gestor deverá dar literalmente voz a todos, para o aprimoramento e prevenção e atitudes imediatas nas ocorrências de desconformidade relacionadas a politica dos hospitais e até mesmo ao código de conduta.

A cultura corporativa hospitalar tanto no âmbito público, quanto no âmbito privado terá que se alinhar as novas diretrizes impostas por uma sociedade que espera ter um atendimento padronizado e alicerçado nos padrões morais e éticos que condizem com as boas práticas e condutas organizacionais. Com isso, as instituições hospitalares que não se adequarem a esse modelo certamente ficarão a mercê da atual realidade ética e bioética exigida pela sociedade brasileira.

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